| O que estamos a representar? |

Os habitantes de Ceira eram essencialmente trabalhadores agrícolas. As recolhas efetuadas pelo Grupo Folclórico traduzem fielmente essa vivência.

Noivos Ricos

Noivos Ricos

Fato preto de fazenda composto de calça, camisa branca de linho, colete e jaqueta curta. Na cabeça, chapéu preto de aba larga e calçava botas pretas de sola.
Saia e jaqueta preta a blusa era debruada no peito e nos punhos com renda branca, lenço branco na cabeça e bolsa de punho, feita do mesmo tecido do lenço. Pelas costas usava capa com fita larga de veludo.

Marchante com traje de cerimónia

Marchante

Marchante ou vendedor de gado em traje de cerimónia.
Mercador de gado, vestia fato preto composto de calça, camisa branca, no colarinho usava laço, colete e jaqueta (os botões eram cunhados com imagens de cavalos) bota preta e chapéu de aba larga.

Futrica e Tricana do início do século XX

Futrica / Tricana séc. XX

Fato preto, camisa branca de linho, usava gravata, na cabeça chapéu e calçava bota preta. O futrica rivalizava com os estudantes a disputa das tricanas.
Sopeira que trabalhava como criada, e ia buscar água à fonte. Era namoriscada pelo estudante e pelo futrica. Usa saia preta de fitas, avental curto de cetim, blusa branca, lenço na cabeça (normalmente, cor garrida), xaile chinês, chinela e cântara.

Tricana do fim do século XIX

Tricana séc. XIX

Também ela criada de servir e aproveitava as idas ao fontanário para namoriscar. Blusa branca, casaca vermelha, saia azul bordada, chinela, lenço de seda atado à volta do pescoço, capa de tecido grosso, com que tapava a cântara.

Noiva do Arroz Doce

Noiva do Arroz Doce

Uns dias antes do casamento, acompanhava os noivos na entrega de um prato de arroz-doce pelas vizinhas, que na volta devolviam com uma prenda para os noivos, O arroz-doce era transportado numa cesta de vime, coberta com pano de tear branco.
Usava saia preta ou de cor, blusa de chita, cachené, chinela e pelas costas, um xailechinês. Uns dias antes do casamento.

Lavadeiras do rio Ceira

Lavadeiras

Lavadeira de ir ao rio:

Saia e blusa de trabalho, lenço na cabeça, avental e chinela. Levava a roupa à cabeça em trouxa embrulhada num tecido branco.
Lavadeira de ir à cidade:

Normalmente, à segunda-feira iam levar a roupa lavada às freguesas, e traziam a roupa suja da semana. Usava blusa de chita, saia preta ou de fazenda, lenço chinês, chinela e pelas costas, um xaile. Só calçava as chinelas se visse a polícia.
Ceifeira

Ceifeira

Blusa de chita, saia atada uma corda atada à cinta (que servia para atar o pasto para o gado), levantava a frente da saia e prendia debaixo da corda. Na cabeça usava lenço e por cima deste, chapéu de palha que atava à frente com o próprio lenço, nos pés usava tamancos. Usava foucinho com que cortava a ceara.

Pastora do Carvalho

Pastora do Carvalho

Usava blusa de chita, saia de serrobeco, lenço na cabeça, capota curta do mesmo tecido da saia e tamancos. Tinha um pífaro feito de pau de sabugueiro com que chamava as ovelhas. Usava também pequena taleiga à cintura onde trazia um pequeno farnel e um cesto de arco com lã que ia fiando enquanto tomava conta das ovelhas.

Moleiro distribuindo a farinha

Moleiro

Calça e colete da mesmo ou de diferente tecido, camisa, na cabeça usava boina ou carapuça e calçava botas castanhas de sola. Traz taleiga de farinha, vassoura, picão para picar a mó e lanterna para alumiar o caminho. Transportava as sacas da farinha num burro ou numa mula.

Aguadeira

Aguadeira

Mulher da aldeia, que em dia de romaria, se colocava em local estratégico, com o cântaro de água, apregoava aos romeiros, e assim fazia algum dinheirinho para a ajuda do sustento da casa. Vestia saia de fazenda, blusa, avental, lenço na cabeça, xaile e chinela. Usava uma taleiga onde levava alguma coisa para comer. Tinha algibeira.

Barqueiro

Barqueiro

Homem que conduzia o barco pelo rio onde transportava, à segunda-feira, a roupa para a cidade e da cidade. Nos outros dias transportava lenha, carqueja, etc. Vestia camisa, ceroulas, cinta para as segurar, carapuça, e nos pés umas tamancas. Usava um varapau para ir empurrando o barco.

Carreiro

Carreiro

Vestia calça e colete de serrobeco, jaqueta no mesmo tecido, carapuça, botas castanhas de sola, e camisa. Transportava à segunda-feira a roupa das lavadeiras para a cidade e da cidade no carro de bois. Identifica o traje, a vara, e os cofinhos. Nos outros dias lavrava as terras e fazia outros transportes desde cavacas, areia do rio para a construção civil, etc.

Cavador

Cavador

O seu trabalho era essencialmente agrícola. Usava calça e colete da mesma fazenda ou não, normalmente já só serviam para este fim, carapuça, botas castanhas e camisa. Usava saco de picotilho. Ao ombro trazia a enxada. Usava polainas nas pernas (canelas) para as proteger.

Viveirista

Viveirista

Homem que tratava das árvores de fruto desde a sua plantação, enxertia e venda. Vestia calça e colete de sarja riscada, camisa de xadrez, carapuça e bota castanha de sola. As calças eram seguras com um cordel, onde trazia sempre ráfia para atar as enxertias, fazem parte do traje a tesoura de podar e a navalha para as enxertias.

Romeiros

Romeiros

Romeira:

Blusa branca, saia vermelha de tear, xaile, lenço na cabeça, algibeira e chinela. Usava um cesto em verga à cabeça, onde levava o farnel. Os romeiros corriam as romarias da zona e deslocavam-se em grupos a pé sempre acompanhados por tocadores, que animavam o grupo. As mulheres levavam o farnel em cesto ou em taleiga.
Romeiro:

Usava calça e colete, camisa branca de linho ou outro tecido, bota preta de sola, boina ou chapéu na cabeça. Levava um varapau e um garrafão empalhado, onde transportava o vinho, para acompanhar o farnel.
Vendedeiras de Coimbra

Vendedeiras

Vendedeira de produtos da horta:

Vestia saia de tear, blusa de chita, lenço na cabeça, chinelas, xaile traçado, usava algibeira. Levava a cesta à cabeça com os diversos produtos da horta, que apregoava. No braço levava cesto de arco, normalmente com feijão seco e ovos.
Florista:

Vestia saia de fazenda, blusa de chita, lenço na cabeça, chinelas, xaile traçado e usava algibeira. À cabeça levava cesta de vime, onde transportava as flores, que apregoava, pelas ruas da cidade.
Leiteira:

Vestia saia de fazenda, blusa de chita, lenço na cabeça, chinelas, xaile traçado e usava algibeira. À cabeça levava cesto grande de arco, onde levava normalmente dois cântaros de leite.
Mulher da areia fina:

Mulher pobre que vendia areia fina e borralha, para arear tachos e panelas. Vestia saia, blusa de chita, lenço na cabeça, atado à cinta, usava um xaile velho. À cabeça levava taleiga com areia fina, e preso nesta, outras pequenas taleigas com borralha.